Esse tem sido um dos tópicos tratados em nossas aulas de Literatura. Primeiramente, precisamos relembrar o que é poesia romântica?
Todos temos uma noção intuitiva disso. Esse assunto povoa nossa mente com elementos doces; talvez flores, estrelas, amores, novela, fofura, geralmente enternece mulheres e entedia homens.
Entretanto, essa idéia que carregamos desde sempre transforma-se num grande erro quando se trata de literatura. “Romântico” no sentido literário é muito diferente de “romântico” no sentido figurado. O romantismo a que nos referimos a torto e a direito por aí não corresponde de jeito nenhum ao movimento artístico burguês do séc. XIX, e, quando muito, é apenas uma face muito pequena e deformada dele.
Romantismo é um movimento amplo. Sua compreensão se torna mais fácil, se percebermos que dentro dele cabem coisas sem relação alguma com o sentido tradicional da palavra, e, às vezes, sem aparente relação entre si.
Na verdade, falando de poetas românticos, eles são tão diversos entre si, que temos o hábito de estudá-los em três gerações. Interessante é observar que, a cada comportamento, existe uma forma de amar diferente e, portanto, um ideal de perfeição e beleza diferente, o que gera a necessidade de uma nova musa. E o aluno Thiago Katzulo, aluno do 2º 2, desenhista, inspirado nessas características femininas de cada geração romântica, usou de sua criatividade para mostrar-nos o seu talento. E convido o leitor a conhecer cada uma delas.
Entretanto, essa idéia que carregamos desde sempre transforma-se num grande erro quando se trata de literatura. “Romântico” no sentido literário é muito diferente de “romântico” no sentido figurado. O romantismo a que nos referimos a torto e a direito por aí não corresponde de jeito nenhum ao movimento artístico burguês do séc. XIX, e, quando muito, é apenas uma face muito pequena e deformada dele.
Romantismo é um movimento amplo. Sua compreensão se torna mais fácil, se percebermos que dentro dele cabem coisas sem relação alguma com o sentido tradicional da palavra, e, às vezes, sem aparente relação entre si.
Na verdade, falando de poetas românticos, eles são tão diversos entre si, que temos o hábito de estudá-los em três gerações. Interessante é observar que, a cada comportamento, existe uma forma de amar diferente e, portanto, um ideal de perfeição e beleza diferente, o que gera a necessidade de uma nova musa. E o aluno Thiago Katzulo, aluno do 2º 2, desenhista, inspirado nessas características femininas de cada geração romântica, usou de sua criatividade para mostrar-nos o seu talento. E convido o leitor a conhecer cada uma delas.

Na poesia da primeira geração, o amor é angelical, idealizado e palavra-chave – cortês. Lembra bastante o trovadorismo medieval, no qual o homem é um cavaleiro e a mulher, verdadeira princesa, a mais bela dentre todas. Ela é jovem, adolescente e virgem, puríssima, imaculada. O homem dá-se por muito feliz se puder apenas cantar sua senhora, cobrir-lhe de glórias e andar seguindo seus pés, pensando nela, apenas. Mesmo no plano do pensamento, não observamos sensualidade, muito menos sexo. O amor é puro, o homem é protetor submisso, e nada de concreto se realiza entre os amantes, devido à enorme distância entre ambos. Há muita contemplação e pouca ação, como podemos perceber na estrofe de Gonçalves Dias:
"Dizei vós, ó meus amigos,
Se vos perguntam por mi*,
Que eu vivo só da lembrança
De uns olhos cor de esperança
De uns olhos verdes que vi!
Que ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi" *mim
Segunda geração
Aqui, já temos um início de sensualidade, apesar de fortemente reprimida e muito conflituosa. Ineditamente, o poeta sugere que deseja carnalmente a amada, porém, em virtude da idealização feminina extrema, ele se sente inferior e indigno de tocá-la. Por isso, Casimiro de Abreu diz:
“Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inocência que teu lábio encerra”
De modo geral, esses poetas são perturbados. Fruto de uma época caótica, em que a humanidade viu desmancharem-se as promessas de igualdade da Revolução Francesa, eles observam a permanência das injustiças no mundo com desespero. Preferem então fugir dessa realidade insuportável. Fazem isso de várias formas: ora lembram saudosos os momentos da infância, ora refugiam-se nos prazeres do álcool, do sexo (byronismo), ora afagam com carinho a idéia de morrer. Sim, com carinho. A Atração pela morte é uma constante na segunda geração romântica. Por isso, nem é de se admirar que seja forte, aqui, o gosto por mulheres magras, pálidas, e muitas vezes, mortas.
A segunda geração é chamada ultra romântismo ou mal-do-século. Realmente, nesse período a sociedade literária passou por uma onda de desespero e depressão que abalou seriamente a vida dos autores, rendendo muitos casos de mortes prematuras. Era raro um poeta chegar aos 30 anos.
Assim, forte característica da geração é o medo de amar , em conflito com o forte desejo de consumar o amor. Casimiro resume bem:
“Se te fujo é que adoro e muito,
És bela- eu moço; tens amor, eu- medo!”
A moça continua virgem, porém, freqüentemente é vista seminua, desejável e inatingível. O poeta mal do século deseja aquilo que não pode ter. Então, quer esquecer, divagar no passado, beber, morrer...
Aqui, já temos um início de sensualidade, apesar de fortemente reprimida e muito conflituosa. Ineditamente, o poeta sugere que deseja carnalmente a amada, porém, em virtude da idealização feminina extrema, ele se sente inferior e indigno de tocá-la. Por isso, Casimiro de Abreu diz:
“Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inocência que teu lábio encerra”
De modo geral, esses poetas são perturbados. Fruto de uma época caótica, em que a humanidade viu desmancharem-se as promessas de igualdade da Revolução Francesa, eles observam a permanência das injustiças no mundo com desespero. Preferem então fugir dessa realidade insuportável. Fazem isso de várias formas: ora lembram saudosos os momentos da infância, ora refugiam-se nos prazeres do álcool, do sexo (byronismo), ora afagam com carinho a idéia de morrer. Sim, com carinho. A Atração pela morte é uma constante na segunda geração romântica. Por isso, nem é de se admirar que seja forte, aqui, o gosto por mulheres magras, pálidas, e muitas vezes, mortas.
A segunda geração é chamada ultra romântismo ou mal-do-século. Realmente, nesse período a sociedade literária passou por uma onda de desespero e depressão que abalou seriamente a vida dos autores, rendendo muitos casos de mortes prematuras. Era raro um poeta chegar aos 30 anos.
Assim, forte característica da geração é o medo de amar , em conflito com o forte desejo de consumar o amor. Casimiro resume bem:
“Se te fujo é que adoro e muito,
És bela- eu moço; tens amor, eu- medo!”
A moça continua virgem, porém, freqüentemente é vista seminua, desejável e inatingível. O poeta mal do século deseja aquilo que não pode ter. Então, quer esquecer, divagar no passado, beber, morrer...
Terceira geração
Já aqui, a realização é plena: deseja-se e faz-se. Impossível falar de poesia romântica de terceira geração sem falar no poeta baiano Castro Alves. Podemos até dizer que ele responsável por uma revolução da forma de conceber e tratar a mulher romântica. Foi quem primeiro retirou a moça de seu altar de virgindade e perfeição, para jogá-la, literalmente, na cama. Castro Alves gosta de mulheres reais: elas têm cheiro, gosto, seios e corpo à mostra, fazem sexo, gritam, choram. Algumas são inclusive prostitutas. O apelo sensorial é muito forte.
E o poeta dos escravos, como ficou conhecido por sua poesia social, soube transplantar para a lírica amorosa o gosto pelas imagens monumentais, tornando sua poesia ao mesmo tempo erótica e lírica, interessante, pois, até para os mais acanhados.
De modo geral, o poeta posiciona-se claramente contra os desesperos e medos ultra-românticos. Castro Alves ama a vida e gosta mesmo é de fazer amor.
"Boa noite , Maria! Eu vou-me embora.
A lua nas janelas bate em cheio.
Boa noite, Maria! É tarde... é tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.
Boa noite!... E tu dizes – Boa noite,
Mas não mo digas assim por entre beijos...
Mas não mo digas descobrindo o peito,
- Mar de amor onde vagam meus desejos"
(...)
Já aqui, a realização é plena: deseja-se e faz-se. Impossível falar de poesia romântica de terceira geração sem falar no poeta baiano Castro Alves. Podemos até dizer que ele responsável por uma revolução da forma de conceber e tratar a mulher romântica. Foi quem primeiro retirou a moça de seu altar de virgindade e perfeição, para jogá-la, literalmente, na cama. Castro Alves gosta de mulheres reais: elas têm cheiro, gosto, seios e corpo à mostra, fazem sexo, gritam, choram. Algumas são inclusive prostitutas. O apelo sensorial é muito forte.
E o poeta dos escravos, como ficou conhecido por sua poesia social, soube transplantar para a lírica amorosa o gosto pelas imagens monumentais, tornando sua poesia ao mesmo tempo erótica e lírica, interessante, pois, até para os mais acanhados.
De modo geral, o poeta posiciona-se claramente contra os desesperos e medos ultra-românticos. Castro Alves ama a vida e gosta mesmo é de fazer amor.
"Boa noite , Maria! Eu vou-me embora.
A lua nas janelas bate em cheio.
Boa noite, Maria! É tarde... é tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.
Boa noite!... E tu dizes – Boa noite,
Mas não mo digas assim por entre beijos...
Mas não mo digas descobrindo o peito,
- Mar de amor onde vagam meus desejos"
(...)
Nossa ficou muito bom os texto, principalmente os desenhos!!! Tá de parabéns quem desenhou!!!ok
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